sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

[MOVIE] - Cisne Negro


MOVIE é uma coluna que trata dos mais variados tipos de filmes, sem ligar para sua data de estréia. Falamos tantos de filmes mais novos, quanto de clássicos do cinema e filmes pouco conhecidos, porém fascinantes.

Nina Sayers (Natalie Portman) é bailarina de uma companhia novaiorquina de ballet. A sua vida, como a de todos nessa profissão, é inteiramente consumida pela dança. Ela mora com a mãe, Erica (Barbara Hershey), bailarina aposentada que incentiva a ambição profissional da filha. O diretor artístico da companhia, Thomas Leroy (Vincent Cassel), decide substituir a bailarina principal, Beth MacIntyre (Winona Ryder), na apresentação de abertura da temporada, O Lago dos Cisnes, e Nina é sua primeira escolha. Mas surge uma concorrente: a nova bailarina, Lily (Mila Kunis), que deixa Thomas impressionado. O Lago dos Cisnes requer uma bailarina capaz de interpretar tanto o Cisne Branco com inocência e graça, quanto o Cisne Negro, que representa malícia e sensualidade. Lily se encaixa perfeitamente no papel do Cisne Negro, porém Nina é a própria personificação do Cisne Branco. As duas desenvolvem uma amizade conflituosa, repleta de rivalidade, e Nina começa a entrar em contato com seu lado mais sombrio, prejudicando seu equlíbrio psicológico. Em sua busca pelo seu lado obsceno, Nina acaba causando um conflito dentro de sua conturbada mente, e nessa obsessão em criar um cisne negro, ela pode acabar destruindo sua sanidade.

Como dito na sinopse, o filme trata da bailarina Nina, que em sua jornada rumo a perfeição e ao papel da sua vida, acaba se encontrando com obstáculos muito além do que horas de treino poderiam evitar. Primeiramente, devo fazer uma ressalva à magnífica atuação de Natalie Portman, papel que rendeu-lhe o Oscar de melhor atriz em 2011 e ouso dizer que talvez não a veremos num papel tão brilhante tão cedo. De forma geral, o elenco todo é um primor, desde a voluptuosa personagem de Mila Kunis como também a estrela em decadência interpretada por Winona Ryder e o diretor exigente, vivido por Vincent Cassel.

A forma como o filme retrata a personagem é sublime, pois a cada passo de Nina, vemos como suas inseguranças e sua dependência em relação a mãe vão surgindo e como tudo isso influenciou na constituição de quem ela é. Nessa jornada à perfeição, Nina acaba tendo que enfrentar a pior imperfeição de todas: a da sua mente. Sufocada pela mãe e guiada pela frustração da mesma de ter largado o ballet para poder criá-la, Nina vive num ambiente absurdamente estável que é perturbado quando seu diretor faz com que ela explore suas várias facetas para interpretar o Cisne Branco (personalidade que lhe é comparável a sua vida) e o Cisne Negro (personalidade que lhe é totalmente oposta, com acentuada sensualidade e força).

Diante dessa nova cena, Nina começa a perder-se em si própria, vendo alucinações e até mesmo se sentindo ameaçada por uma bailarina da companhia (Mila Kunis) que representa aquilo que Nina não é. Orquestrada pela maravilhosa direção de Aronofsky (o qual admiro imensamente, desde que vi o filme Réquiem para um sonho, o qual recomendo para quem curte filmes do gênero), conhecido por seus filmes exóticos e sempre com características psicológicas bem marcadas, o filme segue por um rumo crescente dentro dos conflitos, angústias e de certa forma, das conquistas de Nina, culminando em uma das cenas mais significativamente simbólicas e belas, além de ser aberta a múltiplas interpretações, do cinema contemporâneo americano.

Para acompanhar tamanha grandiosidade, a trilha de Clint Mansell, misturando suas composições com as de Tchaikovsky, é deliciosa de se ouvir e casa-se perfeitamente ao filme e as cenas. Fotografia e direção de arte não ficam para trás, nos fornecendo cenas maravilhosas recheados com espelhos e contrastes simbólicos de preto e branco, mostrando o dualismo/maniqueísmo envolvido no âmago de Nina Cisne Negro é um filme forte,denso, podendo ser pesado para alguns e de grande profundidade psicológica, levando-o a categoria dos filmes "ame ou odeie". Sou suspeito para recomendá-lo dado que é um dos meus filmes favoritos, porém acho que vale a pena conferir a obra nem que seja por sua beleza e qualidade técnica e para apreciar grandes atuações. Na minha opinião, o grande defeito do filme, como um todo, é que ele tenha um final e que, portanto, não continue nos levando dentro do labirinto da mente de Nina, deixando a dúvida sobre como ,de fato, foi o fim da bela e talentosa, ainda que um tanto perturbada, protagonista.


3 comentários:

Oliveira disse...

Esse filme é muito bom. A atriz cumpriu seu papel super bem. Ela se passa por uma esquizofrênica e a esquizofrenia vai cada vez mais piorando. Realmente a Natalia Portman trabalhou muito muito bem.

fabdosconvites disse...

Cara como fiquei tensa com este filme. Sem dúvida um dos melhores trabalhos da Natalie.
Bjs, Rose.

Anônimo disse...

Amei . Eu amo filmes deste tipo . vou colocar na lista

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